terça-feira, 28 de junho de 2011

O humorista que morreu, apenas para a imprensa

Cap II - Art 4º - O compromisso fundamental do jornalista é com a verdade no relato dos fatos, deve pautar seu trabalho na precisa apuração dos acontecimentos e na sua correta divulgação. Hoje, muitos sites e até programas de televisão, noticiaram a morte do humorista da Rede Record, Amin Khader, até mesmo a própria emissora do comediante. Acho que o jornalista ou "achado" jornalista, se precipitou ao querer dar um furo de reportagem. Enquantos todos que sabiam da notícia choravam a morte de Khader, ele bem feliz corria de sunga no calçadão carioca.
Em entrevista ao apresentador, José Luiz Datena, no Cidade Alerta, da mesma emissora, ambos riram da situação catastrófica, e ao vivo e vivo, o humorista participou de todo o programa do Datena, para deixar bem claro que ele está vivo.
Mais uma que os jornalistas não emplacaram.
No link abaixo, você pode conferir, a falha que a Rede Record cometeu anunciando a morte do colega Amim Khader.
Neste o "renascimento" do humorista no programa Cidade Alerta, apresentado por José Luiz Datena, da Rede Record.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

A ética no jornalismo, base da democracia

As preocupações éticas sempre se aguçam quando se trata de apropriação, controle ou distribuição privada de um bem ou direito públicos. Assim como os mares, o ar e as formas de vida são patrimônio comum, o mesmo ocorre com conquistas históricas como o direito à vida e à saúde, de livre reunião e opinião, à justiça e à informação. O inverso disso se chama genocídio, grilagem, despiste, abuso de autoridade e mercantilização viciada.
Nesse contexto, a informação é considerada um bem público porque presta um serviço vital à democracia e possibilita uma participação equitativa no poder político e econômico. A democracia se apresenta como um critério ético fundamental para a comunicação na medida em que fornece condições de sermos todos iguais em direitos, deveres e dignidade; sem ela, mergulhamos no arbítrio, na barbárie, no pântano dos privilégios e da corrupção.
Devido a sua característica pública, a informação não pode ser tratada como propriedade privada, sendo sua divulgação via empresas um objeto de concessão e controle por parte das instituições sociais. Dessa forma, uma das maiores rupturas éticas atuais na sociedade brasileira resulta da tendência à concentração da propriedade dos meios de comunicação e de sua manipulação por parte de grupos políticos. Daí decorre um grau inédito de empobrecimento da vida cultural e da cidadania, que se aprofunda com a depauperação das condições de trabalho e com a manutenção do histórico analfabetismo no Brasil. Com efeito, não é que a mídia "seja forte", mas o fato é que ela se fortalece perante a audiência na medida em que as relações comunitárias se dissipam, os processos laborais se embrutecem e esvai-se a participação (política) da sociedade nos próprios rumos. A luta pela democratização da comunicação, por uma "reforma agrária do ar", é fundamental na construção de uma sociedade em que homens e mulheres são respeitados em sua igual dignidade e disponham de elementos para decidir autônoma e conscientemente sobre suas vidas (Bucci, E., Sobre ética e jornalismo, São Paulo, Companhia das Letras, 2000).
A ética no jornalismo se insere no quadro geral de serviços a serem prestados pelas sociedades: saúde, educação, justiça, sistema partidário, cultura. A presente reflexão tem duplo alcance: estuda o caso particular do jornalismo, mas também se apresenta como metáfora para outras áreas do conhecimento e do ensino, pois todas elas passam pelos mesmos processos históricos que, nos últimos séculos, vêm moldando as sociedades ocidentais.
Espírito libertário
Considere-se, preliminarmente, que o jornalismo é uma atividade complexa que inter-relaciona diferentes atores. Ela envolve a sociedade (o público-leitor, as instituições, atores econômicos como a publicidade e os fornecedores), as empresas (mídia impressa, eletrônica e virtual) e os profissionais (jornalistas em diversas funções) e o sempre cambiante cenário histórico. O jornalismo apresenta também elevado grau de conflito e contradição, dos quais a sociedade espera obter como produto final nada menos que a informação veraz e a opinião confiável, paralelamente à denúncia quando esse resultado não é alcançado.
O ponto de partida de uma discussão sobre ética no jornalismo pode ser qualquer um dos atores envolvidos: sua interligação aos demais permite o acesso ao conjunto. No presente texto, escolhemos como foco o profissional da notícia, cujo futuro é sujeito de nossa docência.
Sendo a ética uma ciência do ethos, da identidade, sua tarefa é buscar por que e em quais condições determinada ação ajuda a construir uma nação, um grupo ou pessoa. Ora, a identidade não é algo definitivo nem uma substância imutável mas, como tudo o que é vivo (e, mais que isso, humano), passa por fases em que se entremeiam dúvida, estagnação, amadurecimento e plenitude. A seguir, veremos de que forma as metamorfoses sofridas pelo jornalismo produziram a atual identidade da profissão e do profissional, quais suas contradições, impasses e possibilidades.
Historicamente, a imprensa foi veículo de idéias e propostas guiadas por um espírito libertário, de busca da verdade e de denúncia de injustiças. Ela foi qualificada como "estalão do progresso", "defensora do povo", "evangelho da democracia", "sagrada indústria". Um dos fundadores do jornal que hoje se denomina Folha de S. Paulo, Olival Costa, qualificava o jornalismo como "a maior de todas as advocacias: a defesa do interesse público" (Ribeiro, Jorge C., Sempre Alerta – condições e contradições do trabalho jornalístico, São Paulo, Olho d’Água/Brasiliense, 1994, p. 31). Claro que houve, e há, veículos de comunicação a serviço dos poderosos do dia: sobre eles pesa a permanente suspeita de não serem instituições tão isentas quanto apregoam. Ao mesmo tempo em que, no Estado Novo e na ditadura militar, alguns veículos eram censurados e reprimidos, outros recebiam "as verbas [que] engordam receitas de jornais, revistas, agências noticiosas, empresas de propaganda, emissoras de rádio. Subsídios ao papel e importação de equipamentos gráficos e de som favorecem os que colaboram com o poder e douram a pílula totalitária" (Bahia, J. Jornal, história e técnica, São Paulo, Ática, 1990 Tomo 1, p. 309).
Crise de crescimento
Apesar dessa ambigüidade, é imperioso que a mídia sirva à democracia. [Prefiro o vocábulo "mídia" quando se trata de todo o sistema que inclui uma imensa variedade de meios de comunicação voltados para a difusão de informações (jornalismo) e entretenimento. A palavra "imprensa" se refere exclusivamente a veículos impressos, não cabendo expressão como "imprensa falada, escrita e televisada".] Ela mesma tem razões até comerciais para isso, pois se trata de uma imposição do mercado. Embora a matéria-prima mais óbvia dos jornais seja papel e tinta, há insumos mais sutis e bem mais importantes: a atualidade (por definição, "notícia velha" deixa de ser notícia) e sobretudo a credibilidade, seu tesouro mais precioso. Se qualquer outra empresa distribui produtos ou serviços falsificados, torna-se um caso para a Justiça – o mesmo deveria ocorrer com um meio de comunicação que divulga apenas versões oficiais, fatos sem verificação, impressões, boatos e, pior, informação falsa (ainda mais que a informação veraz é o mais valorizado dos insumos econômicos). Se um veículo de comunicação deturpar os fatos, e for desmascarado, perderá leitores e merecerá a condenação dos tribunais. Mesmo porque a concorrência está aí para aproveitar qualquer deslize dos adversários.
Como todo organismo vivo, ao longo de sua história o jornalismo passou por inúmeras metamorfoses: as Actas Diurnas (ou diurnalia, daí, jornais) afixadas nos muros da Roma antiga; relatórios comerciais manuscritos das grandes empresas da Revolução Comercial; a volumosa correspondência de viajantes, espiões e conspiradores, lida e debatida nos elegantes salões iluministas; as gazetas semanais impressas a partir de 1609 na Alemanha; a partir de 1702 na Inglaterra, o Daily Courant, primeiro diário do mundo. Para se ter uma idéia da nossa defasagem histórica nesse campo, no Brasil a imprensa diária foi inaugurada em junho de 1822, com o Diário do Rio de Janeiro.
Com a Revolução Industrial na Europa e EUA, e aproveitando a existência de um vasto público alfabetizado, ávido por informações e distração, as tiragens dos diários cresceram e, como conseqüência, caiu o preço do exemplar. A partir do início do século 20, a imprensa deslanchou como negócio. Criaram-se grandes conglomerados e redes: a imprensa passou por uma crise de crescimento e de ética, apresentando problemas derivados do sensacionalismo, falsificação de informações e subserviência política.
Epiderme da sociedade
Paralelamente ao processo do jornalismo e inclusive anterior ao surgimento da imprensa, a identidade (profissional e ética) dos jornalistas, seus principais agentes, também sofreu metamorfoses. As referências mais importantes eram as figuras do escritor e do político. A atividade jornalística foi tribuna paralela de muitos políticos e palco de estréia dos mais importantes escritores (entre nós não faltam exemplos: Cipriano Barata, Frei Caneca, Rui Barbosa, Machado de Assis, José de Alencar, Euclides da Cunha e Carlos Drummond de Andrade, só para citar alguns clássicos) (Ribeiro, J. C., op. cit. , p. 19-35).
O jornalismo foi até comparado ao púlpito. Fernando Pessoa escreve, num jornal, que "a religião e o jornalismo são as únicas forças verdadeiras; o jornalismo é um sacerdócio porque tem a influência religiosa dum sacerdote" (Pessoa, F., "Argumento de jornalista", in Obras em prosa, Rio de Janeiro, Aguilar, 1972, p. 283). Essa tradição do jornalista boêmio, criativo, altamente vocacionado e um tanto subversivo perdura até hoje no imaginário da sociedade, sendo elemento inspirador de crescentes contingentes de jovens que procuram a profissão.
No entanto, instaurou-se uma crise de identidade a partir do momento em que essa imagem heróica do jornalista foi sendo sistematicamente esmagada pelas empresas. O profissional viu-se ferido em sua atividade e em seu íntimo, e sofreu uma transformação semântica: o jornalista deixou de ser "aquele que milita no jornalismo" para tornar-se "aquele que trabalha na mídia".
Crescentemente regida por uma lógica empresarial, por procedimentos industriais e por estratégias comerciais - e não poderia ser de outra forma, dadas as dimensões gigantescas do empreendimento e a agressividade da concorrência - a imprensa, e a mídia em geral, precisaram subjugar a seus métodos aqueles profissionais inquietos e utópicos cuja principal habilidade é ser a epiderme da sociedade.
Mecânica taylorista
Mas, é preciso perguntar: "De qual mídia se trata? A que democracia ela serve?". Sendo integrantes do contexto capitalista, essas empresas encarnam a seu modo os valores da sociedade neoliberal em que se inserem. Sua face-empresa é de tal forma determinante que em suas preocupações reduzem o fator humano, seja em seus processos, seja em seus produtos. Elas precisam funcionar como uma máquina bem lubrificada e seus materiais resultam homogeneizados, pouco surpreendentes e com freqüência mistificadores da realidade.
Enquanto fator econômico, os receptores representam um interesse de segundo nível para as empresas. Estas "alugam" seu público para a publicidade: a venda do espaço publicitário é responsável por 85% da receita dos jornais e a venda dos exemplares responde pelos restantes 15%. Assim, quanto maior a tiragem ou a audiência, mais se cobra dos anunciantes, mais barato é cada exemplar. No caso da TV aberta, a publicidade cobre 100% da operação. Nesse quadro, a mídia corre o risco de deixar-se esmagar pelo próprio peso, produzindo materiais de consumo rápido, sensacionalistas, superficiais e conservadores, suscitando o tédio e abdicando de sua função histórica. Observa-se crescente despolitização dos jornais, reduzidos a vitrine de brindes, sorteios, cupons e anúncios classificados.
Nesse quadro de avassaladora mercantilização, muitos jornalistas procuram resistir e afirmar sua identidade profissional, percebendo que também eles correm o risco de virar mercadoria. Isso ocorre mediante três processos, agressivamente autoritários: a coerção fabrica o medo mediante punições, sobretudo demissões, prática corriqueira e antiga nas redações; o manejo da tensão em que essa atividade intelectual é reduzida à mecânica taylorista das linhas de montagem; o aliciamento, mediante promessas, promoções e estímulos para quem se submeter à lógica da empresa.
Submissão premiada
É expressivo o testemunho de Raul Drewnick, antigo jornalista do Estado de S.Paulo: "A profissão perdeu o charme; hoje o jornalista é um profissional como outro qualquer, que chega, cumpre seu horário e não tem sua atividade reconhecida. A não ser em filmes, sobretudo de Hollywood, na prática não se vê aquele charme antigo. Quando entrei no Estado, os repórteres eram consideradíssimos. A figura do repórter caiu muito. O jornalista que começa como repórter tem muita desilusão porque não pode ser como os de antigamente. Ele praticamente passa informação por telefone, para não atrapalhar o fechamento da edição" (Ribeiro, J., op. cit., p. 202).
Resistência à imposição de valores e procedimentos identificados como inadequados e afirmação das convicções pessoais e profissionais são duas faces da construção de uma identidade (= ética) do jornalista-cidadão contemporâneo. No cotidiano das redações, essa discussão é freqüente e intensa, o que revela o quanto esse conflito é profundo e ainda dói.
Encasteladas numa sensação de onipotência, as empresas proclamam que é censura qualquer tentativa de colocar-lhes limites. Contrariamente à abrangência de universalidade, intrínseca à ética, elas relutam em assumir padrões ao caso particular delas mesmas. Tendo em vista uma credibilidade ciosamente cultivada, apresentam-se como campeãs da moralidade, pregando princípios para o restante da sociedade... com exceção da parcela anunciante dessa sociedade. Isso não significa que a mídia não aceite princípios: em geral, adotam valores médios do público, isto é, do mercado. Algo como um bom-mocismo mediano, cujos deslizes não dêem muito na vista.
Com seus jornalistas, a norma das empresas é a submissão premiada. Observei, no entanto, que, para muitos deles, seguir a verdade é uma questão de honradez pessoal e profissional, numa cruzada que recruta quase toda a civilização. Segundo Adelmo Genro Filho, convicções pessoais ou objeções de consciência são uma frente de batalha que "pode e deve ser travada dentro dos jornais e veículos sob controle da burguesia, a partir do escasso mas significativo espaço individual dos repórteres e redatores em relação às editorias, e do espaço igualmente importante das redações no seu conjunto frente a diretores e proprietários" (Genro Filho, Adelmo, O segredo da pirâmide – para uma teoria marxista do jornalismo, Porto Alegre, Tchê!, 1987, p. 143).
Arco de alianças
Com freqüência, na ânsia de se sobressair frente a seus empregadores, alguns jornalistas ultrapassam os limites da ética quebrando o sigilo das fontes, invadindo a privacidade de pessoas e inventando acontecimentos. Aceitar a visão do dono do jornal é uma forma de capitulação ética, em que o indivíduo abre mão de sua condição fundamental de cidadão e profissional. As variantes dessa capitulação são a falta de empenho em investigar a veracidade de informações, a preguiça intelectual e moral, o uso mecânico de fórmulas, o estilo autoritário de comando sobre os subordinados. Desvio infelizmente comum é o que denomino "síndrome da perna de pau", em que o profissional incorpora como seu o poder enorme poder emprestado pelo veículo de comunicação. Atribuindo-se uma estatura que não é a dele mesmo, confunde sua pessoa física com a pessoa jurídica da empresa e usa essa condição para chantagear, arrancar favores ou, simplesmente, considerar-se acima do comum dos mortais, lá em baixo.
Até jornalistas engajados na luta ética caem com freqüência em outra armadilha, que é considerar-se uma espécie de caubói solitário e juiz incorruptível. Embora a ética profissional e pessoal se origine de um compromisso pessoal, ela só se aprofunda e se mantém no interior de um processo solidário. Por envolver grupos diferentes - leitores, sociedade, empresas e profissionais - , a produção jornalística deve promover um acordo geral que priorize os interesses da maioria e a construção de uma democracia que não seja limitada a um segmento.
Porque interessa a toda a sociedade, a luta pessoal de jornalistas e de suas entidades só ganha efetividade quando articulada a um amplo arco de alianças. Nesse quadro, são especialmente significativas a educação e a cultura, que possuem capilaridade para inspirar a formação de âmbitos e indivíduos críticos, capazes de oferecer(-se) alternativas à massificação e à manipulação das mentes. Essa luta comum deve adquirir efetividade política, a qual crescerá à medida que a sociedade apresentar suas exigências de aperfeiçoamento democrático para suas instituições. Dentre elas, uma das mais cruciais é a mídia.
Em uma matéria extraída do Observatório da Imprensa, que foi publicada em 2005, mostra que desde muito tempo o mundo não tem ética jornalística.

Vietnã cria código de ética jornalística

A oitava edição do Congresso da Associação de Jornalistas do Vietnã, em 13/8 em Hanoi, terminou com a criação de um código de ética profissional para o jornalismo no país. Nele, os jornalistas e veículos de comunicação são estimulados a mostrar "lealdade absoluta à causa da construção e proteção do Vietnã socialista", a servir ao público, trabalhar com honestidade e objetividade e respeitar a verdade. O código também alerta os jornalistas a não abusarem de sua profissão por interesses pessoais ou atividades ilegais. Um relatório do Congresso afirmou que há, hoje, mais de 550 organizações de imprensa, mais de 700 publicações e mais de 13 mil jornalistas no país. Informações da Vietnam News Agency [14/8/05].
Fofocas vendem mais que notícias
O mais recente relatório do Audit Bureau of Circulations revela que, no mercado editorial americano, fofocas estão em alta e notícias, em baixa. Nos seis primeiros meses de 2005, revistas dedicadas à vida das celebridades de Hollywood tiveram aumento significativo de circulação e venda em banca. Categorias consideradas "mais sérias", informa Roben Farzad, do New York Times [16/8/05], continuam a lutar por dias melhores. Enquanto People, da Time Inc., continua a liderar as vendas no setor, títulos como In Touch, da Bauer Publishing, e Us Weekly, da Wenner Media, lideraram o crescimento do período: aumento de 49,7% e 23,9% em circulação, respectivamente. Revistas dedicadas ao público masculino, como a GQ, da Condé Nast, e a Esquire, publicada pelo grupo Hearst, não tiveram aumentos. Títulos noticiosos semanais continuam em queda, o que pode ser explicado pela migração dos leitores para a internet. A Time manteve a mesma circulação do ano passado, e a Newsweek teve um crescimento de 1,8%, mas ambas sofreram queda nas vendas em banca.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

UCS - A universidade que faz os alunos de jornalismo de palhaços e não tem ética

Por Ivan Sgarabotto


A Universidade de Caxias do Sul (UCS) há uns tempos atrás mudou o currículo de Jornalismo, transferindo o curso do período da manhã para o vespertino, e ainda foi dito que iria afetar os acadêmicos do curso "anterior/antigo", prometido na época pela alta cúpula da Comunicação.

Com a mudança dos horários, praticamente imploraram para os alunos trocarem o período da manhã pela o vespertino, entretanto, quem continuasse no horário "velho", tudo continuaria igual e não seria prejudicado.

Passado algum tempo, a realidade é muito diferente da prometida e muitos acadêmicos de Jornalismo do período manhã são prejudicados com os cancelamentos de disciplinas, não abertura de cadeiras há mais de um anos, laboratórios defasados ("O CETEL é uma piada! conforme o próprio reitor disse recentemente em uma assembleia da comunicação [2011]), e ainda tem a falta de professores e da qualidade de alguns, no que inclui o respeito.

Os estudandes do curso de Jornalismo não precisam mais apenas se preocuparem com o aprendizado e com a vida (futuro) profissional, mas, correr durante todo o semestre se ele vai conseguir ter disciplina e continuar os estudos (universidade séria jamais deveria permitir isso).

Muitas promessas e garantidas foram dadas, equivalências seriam conseguidas para recompensar estes "transtornos" e quando o aluno pensa que tudo se acalmou, os problemas não terminaram por incrível que pareça.

As matrículas abriram e poucas cadeiras foram oferecidas (principalmente aquelas que você não precisaria naquele momento) e toda a correria e esforço do semestre parece ter ido por água abaixo, muita quebra de cabeça.

Os alunos foram feitos de palhaços novamente (sim inúmeras promessas), um curso muito caro, um dos mais caros da UCS, que apenas em breve terá investimentos (estrutura atual de museu), não possui um planejamento dos gestores da comunicação e da universidade, para que o acadêmico consiga ficar tranquilo, sem ter de enfrentar estes problemas, ainda mais na reta final dos estudos.

O mais interessante é que os estudantes tiveram em seguida um retorno, foram abertas muitas equivalências, mas, para o período verspetino e noite. Ou seja, você assinou um contrato para estudar de manhã e é empurrado "gentilmente" para o outro horário, como se a pessoa não estivesse com compromissos pessoais, profissionais, entre outros tantos.

A ética é muito bonita de ser estudada, mas, quando não é cumprida por alguns "pensadores" (como neste caso), eles não possuem mais moral e nem "parceria". Por fim, a UCS não tem ética com os acadêmicos de jornalismo, tanto do currículo "anterior", como o do "recente/novo", pois, este também está com problemas, e o pior desde o começo.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Os sete pecados e os dez mandamentos da imprensa

Os Sete Pecados
1-      Distorção. Deliberada ou inadvertida, é muito comum e pode assumir várias formas.
2-      Culto das falsas imagens. É a forma mais comum de distorção na televisão.
3-      Invasão da privacidade. É o pecado mais pernicioso da mídia do nosso tempo.
4-      Assassinato de personagem. A mídia é uma arma carregada quando dirigida com hostilidade.
5-      Exploração do sexo. A obscenidade nunca foi empregada de modo tão inescrupuloso.
6-      Envenenamento das mentes das crianças pelo que elas veem, escutam e leem.
7-      Abuso de poder. O dito que todo poder tende a corromper aplica-se tanto à mídia quanto à política

Os Dez Mandamentos
1-      Desejo dominante de descobrir e contar a verdade.
2-      Os jornalistas devem pensar nas consequências do que dizem.
3-      Contar a verdade não é o bastante. Pode ser perigoso sem julgamento formado.
4-      Os jornalistas devem possuir o impulso de educar
5-      Os que dirigem os meios de comunicação devem distinguir opinião pública de opinião popular.
6-      Disposição para liderar. O poder requer responsabilidade e responsabilidade significa liderança.
7-      Mostrar coragem. É a virtude que mais falta na mídia.
8-      Disposição em admitir o erro. A livre aceitação do erro é a melhor prova de senso de honra.
9-      Equidade geral. Jornais justos chamam atenção a quilômetros de distância, porque são raros.
10-  Respeitar e honrar as palavras. Elas são inesperáveis da verdade.
“Pior do que ser romântico é ser um jornalista de má fama.”
                                                                       (Ciro Marcondes Filho)

Código de Ética- Manual de Radiojornalismo

No livro, Manual de Radiojornalismo, de Heródoto Barbeiro e Paulo Rodolfo de Lima, a ética é mencionada em vários momentos. No capítulo, Código de Ética, os autores citam os códigos e principais deveres dos jornalistas de vários países, abaixo, leia o dever de responsabilidade dos Estados Unidos, que teve três códigos de diferentes associações de imprensa.
O propósito primário de coletar e distribuir notícias e opinião é de servir ao bem-estar geral, informando as pessoas e possibilitando-lhes fazer julgamentos sobre os assuntos da época. Os jornalistas que abusam do poder de seu papel profissional por motivos egoístas ou propósito pérfidos são indignos dessa confiança pública.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

...orra meuu!! PARTE 2

No post anterior, havia feito um comentário sobre os palavrões que o apresentador Fausto Silva, em seu programa dominical na Rede Globo, faz durantes as tarde de domingo. Na ocasião não havia postado nenhum vídeo, pelo fato de ter procurado e não ter encontrado. Pois é, internet tem destas coisas. Mas com a colaboração do técnico em vídeo e áudio, Tiago Dal Magro, foi possível achar um link, onde o apresentador insulta seus colegas de programa e no domingo seguinte, em rede nacional, pede desculpas pelo “imbecil”, que, segundo ele, foi por nervosismo de ser um programa ao vivo e que já estava atrasado. Confira!
                                                      


terça-feira, 17 de maio de 2011

Humor, também precisa de ética!

....orra meu!!

Final de domingo, frio, dia chuvoso e a TV será a companhia do final de domingo. Eis que entra a vinheta do Domingão do Faustão. Uma passadinha nos outros canais, nada de melhor, então se você assim como eu, não tem TV a cabo, o jeito é contentar-se com os canais disponíveis.
A cena já virou rotina. Todos os domingos o apresentador Fausto Silva, “esculacha”, humilha e fala mal sua equipe de produção, por algum ato que não tenha saído conforme o combinado. Não estamos falando de ética no jornalismo, mas não deixa de ser um programa, mesmo de humor, dentro da maior emissora de telecomunicação brasileira.
Totalmente antiético, a maneira com que ele fala com seus colegas de trabalho, infelizmente não consegui nenhum vídeo deste último final de semana, para postar e mostrar a você leitor internauta, o quanto antiético foi o apresentador.
Mas, a partir de hoje, preste atenção, embora seja impossível passar despercebida, a tamanha falta de bom senso e o espetáculo que todo domingo é apresentado sem que agente compre ingressos.

sexta-feira, 13 de maio de 2011


" A ética está dentro de cada um de nós"           
                                                    (Carlos Chagas)
                                    

Programa Repórter Justiça

No programa Repórter Justiça, transmitido pela TV Justiça, fala sobre a queda da lei de imprensa e, tudo que envolve o processo jornalístico no país, envolvendo ética, poder e censura. Para muitos, ser jornalista, fazer jornalismo, passar a informação pode ser um espetáculo antiético, principalmente se a verdade é apresentada.  No último link desta postagem, você confere algumas reportagens consideradas antiéticas, abusivas pela imprensa, incluindo a “escola base”, nossa primeira postagem.   




quarta-feira, 11 de maio de 2011

Vírgula cá, vírgula lá. Sem ela, ou com, a história pode mudar.”

Virgulando!


O uso da vírgula é muito importante em qualquer ambiente. Mas, principalmente, o jornalista precisa ter muito cuidado. Uma informação pode ter seu sentido todo mudado com o emprego incorreto da mesma. E este assunto, também, pode ser considerado ético. Um profissional de comunicação tem o dever de usar corretamente a gramática para que não haja distorção dos fatos e, para que nenhuma informação traga prejuízo para ambas às partes, ou seja, o uso correto da vírgula é imprescindível.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

"Aquilo que na vida tem sentido, mesmo sendo qualquer coisa de mínimo, prima sobre algo de grande, porém isento de sentido."
                                                                (Carl Gustav Jung)

Sem noção!

Sensacionalismo, no jornalismo atual, é o que mais vemos. Todos os dias entram em nossos lares sem pedir licença. Um clic no controle remoto e lá estão, apresentadores sensacionalistas em busca de audiência. José Luiz Datena, apresentador da Band, é prova disso. Em seu programa diário, não tem limites ao expor as informações ao seu telespectador, de maneira abusiva. Mas o pior, sua audiência bate recordes nos finais de tarde. Veja o dia em que ele bateu boca no ar com um entrevistado.

domingo, 8 de maio de 2011

Tempos modernos, competitividade e novas maneiras de fazer jornalismo? Após a era Chateaubriand, o precursor do jornalismo no Brasil esse novo “método de jornalismo” começou a tomar formas mais “agressivas”, quanto à maneira de buscar e expor as informações ao telespectador. A disputa pelo “furo jornalístico”, cada vez mais, faz com que emissoras se exponham de maneira sensacionalista. E é essa preocupação que nós, membros deste grupo, devemos ter. Até onde o furo jornalístico e o envolvimento direto com a informação, torna algo com credibilidade? Até onde, expor a fonte ou a vítima, terá mais ou menos importância dentro de uma reportagem? É preciso ter senso crítico e não deixar que tal exposição torne-se um espetáculo antiético.

O "abuso" de imprensa

Um dos casos mais aterrorizantes da violência , foi o caso da menina Eloá. Morta após ficar mais de 60 horas com o ex-namorado como seu sequestrador, dentro do próprio apartamento junto com uma amiga. Todas as emissoras de televisão transmitiram ao vivo, toda angústia, sofrimento das meninas e de seus familiares. O abuso ainda foi maior, pela imprensa, no momento em que esta tentou “intervir” como negociadora do sequestro em rede nacional. Segundo o código de ética do jornalismo, é antiético o profissional participar da, ele apenas deve informar. E, jamais, tornar a informação sensacionalista, para apenas obter audiência.

Dados Históricos

Muitos confundem ética com moral. E entre ambas há uma grande diferença, leia.

MORAL: Vem do latim MORES, mas significa costumes, regras de conduta admitidas em determinada época ou por um grande grupo de homens.

ÉTICA: Vem do grego ETHOS, TAETHÉ e significa costume, reflexão, teoria raciocinada sobre o bem e o mal, os valores, juízos morais. A ética é dividida em quatro partes: teleológica, situacional, deotológica e deotológica.

Vários modos de diferenciação de ética e moral.
1º - ÉTICA: princípio                       MORAL: aspecto de conduta específica
2º - ÉTICA: permante                     MORAL: temporal
3º - ÉTICA: universal                       MORAL: cultural
4º - ÉTICA: regra                            MORAL: conduta da regra
5º - ÉTICA: teoria                            MORAL: prática           

sábado, 7 de maio de 2011

Todos os dias nos deparamos com espetáculos antiéticos na mídia. E isso, torna cada vez mais, nosso jornalismo sem credibilidade aos olhos de muitos. Infelizmente alguns profissionais desta área, não seguem o tão conhecido código de ética, ou talvez, nunca tenham sido apresentados. Retorcem dados, destroem fontes por um simples furo, ou então, para beneficiar uma parte da sociedade, precária de bom senso.
Este blog tem como objetivo, trazer alguns pontos relacionados a esse assunto: reportagens, ideias, fatos reais, enfim, tudo que seja chamado de antiético, ou que esteja em cartaz neste espetáculo.

Código de Ética, todo jornalista deveria seguir

Cada profissão tem o seu código de ética. Artigos são listados como regras para que profissionais da área possam segui-los, embora isso, muitas vezes, não aconteça. Conheça o Código de Ética

Falando de ética com Ana Paula Padrão

Ética, diferentemente de como for e onde for é ética. Essa é a opinião da jornalista Ana Paula Padrão convidada para participar de um seminário sobre este assunto. Ela  descreve a ética como uma atitude que deve ser diária, assim como escovar os dentes, por exemplo. Embora aja um compromisso com o público, com o telespectador é preciso acima de tudo ter respeito consigo mesmo. Assim, ela traz o exemplo de artistas que posam nuas como meio de aumentar a renda familiar. Confira no vídeo abaixo, um trecho deste papo.

Falta de ética e educação entre emissoras

Um caso bastante excêntrico aconteceu durante a reportagem sobre o blecaute em alguns estados e DF no ano de 2009, onde uma repórter da Rede Record, por quatro vezes, interrompeu uma entrevista que iria iniciar, pela Rede Globo. A situação deixou ambas as partes conturbadas a ponto de o assessor de imprensa do Ministério da Energia insultar a jornalista da Rede Record.

Escola Base, o auge do espetáculo

A Escola Base, caso exemplificado abaixo, foi um dos principais acontecimentos do espetáculo antiético da mídia brasileira, na década de 90.
Em março de 1994, vários órgãos da imprensa publicaram uma série de reportagens sobre seis pessoas que estariam envolvidas no abuso sexual de crianças, todas as alunas da Escola Base, localizada no bairro da Aclimação, na capital. Os seis acusados eram os donos da escola Ichshiro Shimada e Maria Aparecida Shimada; os funcionários deles, Maurício e Paula Monteiro de Alvarenga; além de um casal de pais, Saulo da Costa Nunes e Mara Cristina França.
De acordo com as denúncias apresentadas pelos pais, Maurício Alvarenga, que trabalhava como perueiro da escola levava as crianças, no período de aula, para a casa de Nunes e Mara, onde os abusos eram cometidos e filmados. O delegado Edelcio Lemos, sem verificar a veracidade das denúncias e com base em laudos preliminares, divulgou as informações à imprensa.
A divulgação do caso levou à depredação e saque da escola. Os donos da escola chegaram a ser presos. No entanto, o inquérito policial foi arquivado por falta de provas. Não havia qualquer indício de que a denúncia tivesse fundamento.
Com o arquivamento do inquérito, os donos e funcionários da escola acusados de abusos deram início à batalha jurídica por indenizações. Além da empresa 'Folha da Manhã', outros órgãos de imprensa também foram condenados, além do governo do estado de São Paulo. Outros processos de indenização ainda devem ser julgados.
Fonte: O Globo